
Anahata, o Chakra do Coração
Continuamos as dicas e meditações dos chakras com Anahata, o Chakra Cardíaco, o 4º Chakra.
Os artigos anteriores encontram-se em “Artigos Relacionados” no final deste artigo.

Anahata: “Invicto”, “Inviolado”.
- Elemento: Ar.
- Cor: Tanto é representado em Verde (cura), como em Rosa (amor).
- Mantra: Yam
- Sentidos: Tacto.
- Glândulas: Timo.
- Localização: Coração, pulmões e centro do toráx.
- Função: Permite-nos trazer amor, paz, equilíbrio e estabilidade à vida. Esta chakra está de igual modo associado á nossa capacidade de lutar face ás adversidades e contrariedades da vida.
- Cristais associados: Quartzo Rosa, Quartzo Verde, Esmeralda, Malaquite.
- Essências florais: Papoila, Azevinho, Rosa
- Óleos essenciais: Lírio, Cravo, Rosa
- Nota musical: Mi.
- Partes do corpo associadas: coração, peito, tórax, pulmões, ombros e zona dorsal, sistema imunitário, sangue, pele, mãos e sistema circulatório no geral.
Este centro energético rege o funcionamento das nossas emoções e sentimentos.
Anahata em Equilíbrio
Anahata está associado ao amor incondicional, à compaixão, ao perdão e à alegria. É através dele que temos capacidade de amar, apreciar a vida, sentir união com o Todo, experimentar relações profundas e com significado. Expressa-se através do amor, tanto pelo mundo material como pelo espiritual.
Está também associado à cura emocional e espiritual, e o timo, glândula correspondente a este chakra, participa na regulação da defesa imunitária do organismo.
É a ponte de ligação entre os chakras superiores e inferiores, ou seja, entre a nossa vertente espiritual e a nossa vertente terrena. É através dele que se transcende a identidade pessoal e limitações do ego. É a porta para o nosso templo interior.
Este chakra é reflectido na nossa capacidade de nos relacionarmos com os outros, do quão abertos somos nas relações, nas acções de dar e receber. O amor (não falamos aqui apenas do amor-romance) é essencial em qualquer relação, seja com os outros ou consigo. É ir para além das limitações do ego e preocupações pessoais, até um sentimento de aceitação de tudo tal e qual como existe, tudo está tal e qual como deve estar. Este chakra, para além disso, também se reflecte na nossa capacidade de estabelecer e reconhecer limites nas relações.
Quando o chakra se encontra equilibrado, conseguimos ver-nos com discernimento e compaixão em qualquer situação. Um Anahata em equilíbrio proporciona sentimentos de aceitação dos outros por nós, abertura nas relações, tolerância. Consegue-se ver sempre o lado bom das outras pessoas.
Através deste chakra curamos as feridas emocionais e espirituais, os desapontamentos que nos pesam. Quanto mais uma pessoa equilibra este chakra, mais provável é que, principalmente no início, seja “confrontada” com as suas emoções verdadeiras, e que nem sempre seja uma situação agradável. Mas a pessoa aprenderá a perdoar, a deixar as situações onde estão e aprender com elas, e torna-se mais feliz quando essas feridas deixam de a incomodar.
Anahata deve ser trabalhado para que as emoções e sentimentos sejam analisados, mas em vez de analisar com críticas, analisa com compreensão e aceitação, e isso resolve e cura as feridas.
Anahata em Desequilíbrio
Um desequilíbrio deste chakra pode levar a sentimentos de solidão ou separação, de que não se pertence ali, e sentimentos de desconexão. Se a pessoa cresce num ambiente onde não há amor ou está numa relação em que o amor parece ter desaparecido, pensará que não é digna de amor. Isto pode levar a pessoa a desenvolver sentimentos de frieza em relação a si e/ou aos outros. Ou, por outro lado, a pessoa pode desenvolver uma atitude de agradar a todas as outros, estando disposta a fazer de tudo para obter a aprovação ou atenção de alguém.
Outro desequilíbrio de Anahata é o ressentimento. Quando alguém nos magoa, isto fica registado no coração. Se não conseguirmos “deixar ir” e perdoar, deixamos este peso no coração, que se vai tornando mais e mais pesado.
Quando Anahata está bloqueado ou diminuído, desenvolvem-se sentimentos de mágoa, apego, medo de rejeição, dependência da aprovação dos outros. Ou, por outro lado, surge a vontade de distanciamento emocional para com as outras pessoas, desenvolvendo mecanismos de defesa como transformar-se numa pessoa extremamente crítica em relação aos outros. Torna-se mais fácil para a pessoa estar sozinha, visto que ao estabelecermos relações e sermos honestos ficamos mais vulneráveis. Podemos ter dificuldades em confiar nos outros e deixá-los aproximar. Sentimentos negativos como ódio, inveja, medo e raiva podem surgir.
Com um Anahata hiperactivo, fica mais difícil controlar as nossas emoções e sentimentos. Podemos ir de um extremo ao outro rapidamente. Podemos sentir insegurança, e agarramo-nos aos outros para aprovação e amor.
Em termos físicos, surgirão problemas cardíacos e pulmonares, bem como alterações na tensão arterial. As costas e os ombros têm tendência a curvar-se para a frente, num acto inconsciente de protecção do coração.
Equilibrar Anahata
Primeiro nós devemos ter paixão e compaixão por nós mesmos. A auto-estima, a auto-confiança, a auto-imagem, devem todas ser trabalhadas, e isso começa no trabalho com os chakras inferiores, já explorados em posts anteriores.
Aqui ficam algumas dicas para equilibrar este chakra, incluindo uma meditação.
- Passeia na Natureza, preferencialmente numa floresta. O verde da Natureza vai influenciar este chakra.
- Anahata é estimulado pelo uso do prana (energia absoluta, força vital) e, por isso, exercícios respiratórios, como pranayamas, são excelentes para o seu equilíbrio.
- Comidas para nutrir este chakra são maioritariamente de cor verde, como espinafres, bróculos, abacate, ervilhas, chá verde, e ervas como coentros, salsa e mangericão.
- Aromas como rosa, mangericão e urtiga podem ser utilizados em incensos ou velas.
- Não reprimas as tuas emoções. Dá-te permissão para te sentires triste, aborrecido, zangado, infeliz, e todas as emoções que normalmente evitas. Foca-te na respiração e permite-te sentir essas emoções, e deixa-as passar.
- Estabelece limites, e aprende a dizer que não quando queres dizer não, e sim quando queres dizer sim. Trabalha a tua assertividade.
- Perdoa-te. Sempre que pensares coisas negativas a respeito de ti próprio, foca-te na respiração e repete algumas das afirmações abaixo, ou outras do mesmo género que façam sentido para ti.
- Aceita as coisas tal como elas são. Isto passa também pelo perdão, de ti e dos outros.
- Repete afirmações positivas relacionadas com este chakra, como “Todo o amor reside no meu coração”, “eu amo-me e aceito-me completamente”, “eu vivo em equilíbrio e gratidão”, “eu perdoo-me”, “eu amo a beleza da natureza e do reino animal”, “eu estou aberto ao amor e bondade”, “eu estou grato pelos desafios que me ajudaram a transformar-me e abrir-me ao amor”, “eu estou conectado com todos os serem vivos”, “eu aceito as coisas como são”.
- Rir faz bem a este chakra. Procura situações que te façam rir, desde filmes, vídeos na Internet, ou, melhor ainda, estar com os teus amigos em conversa animada.
- Pratica a empatia com a pergunta “E se..?”. É fácil tirarmos conclusões precipitadas e fazermos julgamentos, mas devíamos por-nos mais no lugar do outro. Se alguém for mal educado para ti, pensa, por exemplo, “E se foi despedido hoje?”; se alguém tem por costume ser desagradável com todos, questiona-te “e se teve uma infância difícil?”. Há sempre uma historia por trás dos comportamentos de todos nós. Tenta sempre perceber como é que uma situação te deixaria a ti, se fosses tu a passar por ela; como irias reagir? Não justifica o comportamento, mas tem probabilidades de diminuir os nossos sentimentos negativos a respeito dos outros.
- Utilização dos cristais mencionados no início do post.
- Reiki, como sempre.
- Yoga, com posturas adequadas para este chakra.
- Utiliza roupa, acessórios ou decorações de cor rosa ou verde.
- Abraça mais: todos nós precisamos de contacto físico para permanecer saudáveis. O abraço liberta oxitocina, que acalma o corpo e é uma hormona anti-depressiva. Abraça mais aqueles de quem gostas. Abraçar a ti mesmo é também um acto de amor-próprio.
- E lembra-te: amar e respeitar os outros, sentir compaixão pelos outros, só é realmente possível quando te amas, respeitas e tens compaixão por ti próprio.
Meditação
Deixo-vos aqui uma meditação que utilizo para este chakra.
As mesmas instruções das meditações anteriores: senta-te como ficares confortável. Junta as pontas dos dedos indicadores à raiz dos polegares esticados. Junta as pontas dos dedos médios, anelar e polegar, e deixa o mindinho direito. Fica em baixo uma imagem. Coloca as mãos a descansar nos joelhos, com as palmas viradas para cima.

Fecha os olhos e respira lentamente pelo nariz. Foca-te na respiração durante uns minutos, sentindo o ar a entrar e a sair pelas narinas.
Imagina e procura sentir, no centro do peito, uma bola de verde ou rosa, o que te fizer mais sentido no momento, o que sentires que é apropriado. Vizualiza-a, brilhante.
Sente que essa luz se expande lentamente, desde Anahata, em todas as direcções do teu corpo, curando as feridas. Deixa a luz preencher-te lentamente, até estares completamente rodeada por ela e te tornares nela. Deixa-te sentir durante o tempo que quiseres.
Se te assaltar algum pensamento acerca de uma situação ou pessoa, foca-te nisso e envia energia da tua luz, para perdoares e curares mais uma ferida. Se for uma pessoa, imagina a luz a sair do centro do teu peito para o centro do peito do outro. O mesmo se aplica se fores assaltado por pensamentos negativos sobre ti ou situações desagradáveis por que passaste. Neste caso, se te lembrares das afirmações, podes dizê-las; se não, pensa apenas que te perdoas e te respeitas, e que o que passou, passou.
Depois, deixa ir a imagem, e volta a focar-te na sensação da luz que parte do teu Anahata e te preenche.
Devagar traz a tua atenção para o que te rodeia. Finaliza com o mantra Yam três vezes, com uma inspiração profunda entre cada entoação. Por um momento, reflecte acerca das bençãos da tua vida. Pensa em tudo de bom que te aconteceu, pessoas que conheceste, objectivos que atingiste. Sente gratidão por cada um deles, e silenciosamente, diz “obrigado” por cada um que te surgir na memória.
Espero que gostem ?
~ Om Shanti

