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Sometimes it’s ok not to be ok

Hoje venho novamente escrever-vos sem teoria, sem pesquisas, mas totalmente de coração. Tudo o que aqui escrevo é de coração, mas posts como o de hoje são mais ainda. Retratam os meus sentimentos, emoções, pensamentos, da forma mais profunda que eu consigo colocar em papel (ou, vá, nas teclas do computador).

Antes de continuar, quero dizer aqui que o que escrevo nestes posts é o que sinto. A minha opinião é tão válida como todas as outras. Cada um de nós tem de perceber o que faz sentido para si. Sempre me disseram que um bom curandeiro não é aquele que diz às pessoas como se curar, mas que as leva a reflectir e encontrar a cura por si próprias; o mesmo acontece com os bons professores. Acredito nisto porque os melhores mestres que tive (e tenho) na minha vida não me deram respostas. Fizeram algo muito mais importante: ajudaram-me a encontrar o caminho, apontaram as direcções para o meu coração, deram-me ferramentas para trabalhar em cada fase deste crescimento. É um trabalho feito em conjunto, mas em que mais de 50% depende de mim.

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Estou numa fase delicada da minha vida. Quem conhece a minha história, sabe a que me refiro. Não vou aqui falar disso especificamente… chegará esse dia, mas não sinto que seja hoje. Isto para dizer que o que este post não se refere apenas a esta situação específica, mas a tudo nas nossas vidas. Se hoje escrevo sobre isto, foi porque determinados acontecimentos recentes (e outros não tão recentes, que têm vindo a acontecer ao longo do tempo) despoletaram em mim a necessidade de partilhar o que já aprendi e integrei em mim. Se para mim é libertador pensar desta forma, acredito que para vocês também será (se não for agora, nunca saberemos se não será mais tarde). Não vos estou a dar respostas; estou a abrir o meu coração para todos vocês, desejando que vos toque da mesma maneira que outras pessoas me tocam a mim, que vos faça, quem sabe, reflectir e crescer com estas “ferramentas” tão pessoais que vos tento fornecer. Todos juntos, podemos curar-nos.

It’s ok not to be ok

Tal como a imagem que coloquei no início do post refere, não faz mal não estarmos bem de vez em quando. Na minha opinião, o que não devemos fazer é apegar-nos a esses sentimentos. Como alguns de vocês já sabem, eu sou apologista de me deixar levar pelas emoções… Se precisar de chorar, choro, e não tenho vergonha nem qualquer outro tipo de problema com isso. Pelo contrário: há momentos na vida em que eu acredito que é mesmo necessário deixar que a escuridão nos abrace. Acham estranho? Pensem assim: Shiva é um dos muitos deuses hindus com os quais podemos aprender muito. Ele é o Destruidor, mas destrói para que algo novo seja construído. Para mim, estes momentos em que a sombra invade o nosso espaço seguem essa lógica. Sem nos libertarmos, como é que conseguimos seguir em frente? Sem “destruir” o antigo, como é que podemos criar espaço para algo novo?

Shiva – Imagem daqui

Contudo, por vezes deparamo-nos com pessoas ou situações que, por mais em paz que estejamos connosco, conseguem remexer no nosso interior e trazer de volta as dúvidas, os medos, as mágoas e memórias menos boas. Acreditem que até me sentia injusta quando isto acontecia. Sentia-me injusta porque as outras pessoas não têm culpa do que se passa comigo (mas por vezes a falta de tacto é muito grande, não é?!). Então eu sorria e fingia que não se estava a passar nada, enquanto por dentro o meu coração se partia em mil pedaços, e forçava as lágrimas a permanecerem dentro de mim.

Eu consigo diferenciar a minha felicidade da felicidade dos outros, e consigo ser feliz pelos outros mesmo quando eles conseguem algo que também eu desejo do fundo do meu coração. Todos merecemos sentir prazer e ter a felicidade a invadir as nossas vidas. A minha felicidade não é egoísta, porque sempre me senti tão feliz pelas pessoas de quem gosto como por mim. Não sei se me estou a exprimir da melhor maneira, mas espero que compreendam o que quero dizer com isto. O que quero dizer, de uma maneira muito básica é: não é por os outros conseguirem algo que eu também eu quero que vou ficar com pena de mim e pensar que a vida é injusta. Fico verdadeiramente feliz por eles.

Apesar de tudo isto, e como em tudo na vida, há momentos em que me sinto mais capaz de lidar com tudo, e outros em que estou mais frágil e uma simples frase pode fazer-me sentir contracções internas, e até as lágrimas podem querer escapar. Não significa que não esteja feliz e que me sinta magoada pela outra pessoa, nada disso. Quando estamos felizes com alguma coisa, queremos partilhá-la até ninguém nos conseguir aguentar de tão chatos que somos. Quantas vezes isso não aconteceu comigo também. Não é disso que este post fala. Adoro que partilhem comigo felicidade e Amor (se não forem partilhados, se os guardarmos só para nós, o Mundo não terá muitos benefícios com isso).

Este post fala do que eu sinto nesses momentos em que estou mais frágil. Sim, ainda me sinto um pouco injusta por vezes, mas aprendi que não tenho de valorizar esse sentimento. Cada vez mais aceito que é normal não andar sempre a sorrir, é normal se determinadas coisas me deixam mais virada para mim novamente, para a minha dor, e é normal não dar a “resposta” que a outra pessoa espera, seja ela uma simples palavra ou uma grande “festa”. Sim, evito que isso se manifeste de forma absurda e rude nos meus comportamentos, e respondo sempre com o maior Amor que consigo no momento. Depois, se a situação me afecta verdadeiramente, o normalmente que faço uma pausa naquele momento, tentando desviar o meu foco para algo diferente, até chegar ao momento em que, sozinha no meu espaço especial, consigo gerir estes sentimentos dentro de mim. Quando falo neste espaço especial não me refiro apenas ao meu cantinho na minha casa; é qualquer espaço que permita este contacto com o meu interior: um jardim, um momento de pausa no trabalho, uma viagem de transportes em que me permito olhar para dentro de mim.

Conheço os meus amigos e as pessoas com quem lido mais, e sei que quando me levam a sentir assim não é por mal. Sim, já houve alturas em que se tornou tão grave (para mim) que tive de ter “the talk” com essas pessoas, chamar a atenção para aquilo que me estão a fazer sem se aperceberem. Há momentos para tudo, e eu sempre fui cuidadosa com isso, principalmente se envolve uma parte delicada da vida de alguém. Tento perceber se a pessoa se está a sentir incomodada, se há alguma alteração na sua postura, ou nas suas palavras…. provavelmente também falho algumas vezes, sim, não duvido. Somos todos humanos, não é?!

Antes eu não falava sobre estas coisas. Tinha medo de magoar os outros, ou que eles deixassem de partilhar a sua felicidade por acharem que me estavam a fazer mal. Certa vez, eu fiquei tão afectada por algo que foi dito que não consegui abrir a boca nem pensar em uma única palavra para dizer; a única coisa possível foi ficar de lágrimas nos olhos e fingir-me de forte para não ser “desagradável”, para que não me acusassem de egoísmo, e para não magoar a pessoa que estava a partilhar um momento de felicidade comigo, mas utilizou as palavras “erradas”. Dessa vez, o meu namorado percebeu o quanto aquilo me afectou, e teve de interceder por mim, porque na altura eu não tinha forças para o fazer… estava ainda a recuperar de uma grande desilusão (que a pessoa com quem eu estava a falar conhecia muito bem, e por isso também me afectou mais do que eu gostaria). Já passou, resolveu-se, não guardo rancor de ninguém. Mas isso levou-me a reflectir, e dessa reflexão surgiram muitos pensamentos que agora encaixo aqui.

Deixei de ter vergonha, deixei de ter medo. Aqueles que realmente importam nunca deixarão de partilhar a felicidade comigo. Agora eu sei disso, e agradeço-lhes. Sim, há momentos que dói saber que há pessoas que estão onde eu gostava de estar há tanto tempo, mas onde encontrei tantos obstáculos, e a cada dia que passava parecia que as dificuldades eram maiores, quando para os outros foi “tão fácil” (nunca sabemos ao certo o que isto significa, não é?! Tal como referi num post anterior, todos lutamos as nossas próprias batalhas).

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É normal que algumas coisas nos chateiem ou nos deixem tristes. Já não escondo. Cada vez mais tenho de ser fiel a mim mesma e ao que se passa dentro de mim. Não estar bem faz parte da vida. Se escondo, é mais difícil ultrapassar. Claro que não temos de passar do 8 ao 80, e reclamar com tudo aquilo que acontece e nos faz menos bem… na minha opinião a cura também não é isso. A cura é exactamente perceber como é que podemos gerir as situações. Sim, se calhar temos de ser um bocadinho egoístas, porque temos de pensar em nós e na forma como as coisas nos fazem sentir, e, por exemplo, se surge determinado assunto à conversa, temos de nos resguardar. Aquilo que eu notava era que, quando eu não sabia como me proteger, isso afectava a maneira como eu lidava com o mundo e com as pessoas à minha volta. Isso não é bom para ninguém, nem para mim.

Como em tudo o resto, acredito que aqui o importante é o equilíbrio. Ao praticar este equilíbrio, a nossa relação com os outros e connosco torna-se mais real, mais verdadeira, mais sincera. Conseguimos manifestar alegria pelos outros e os sentimentos negativos não surgem tão facilmente, porque estamos em paz connosco e com o que acreditamos e sentimos. Se for preciso fazer uma pausa na conversa, faz; se for preciso teres um momento só para ti, arranja tempo para isso… arranja as estratégias que consideres necessárias. Este equilíbrio passa por dares importância àquilo que é marcante para os outros, mas ao mesmo tempo dares importância a como isso te faz sentir. Mais uma vez, não significa que não te possas sentir feliz pelos outros; é claro que podes! Mas não tenhas medo de te afastar um pouco quando precisas, de te recolher no teu espaço de conforto para recuperar de algum sentimento mais traumático.

E claro, há situações e situações…

Esta mudança começou a acontecer comigo há uns anos atrás, quando estava a passar uma fase complicada em que ouvia e calava, mesmo quando as pessoas eram injustas e muitas vezes diziam coisas que não correspondiam bem à verdade, ou até nada. Fez-me muito mal, e andei a engolir muitos sapos porque era nova no meu local de trabalho e sentia que não podia “abusar”. Até ao dia que me fartei… e acreditem: sou daquelas pessoas que tem uma paciência daqui até à Lua, mas quando chego à fase do cansaço é muito difícil voltar atrás a não ser que me provem que estou errada, principalmente quando estão a fazer mal a alguém. Decidi que tinha de me defender, deixar de fingir que estava sempre tudo bem e aceitar as críticas destrutivas. Muitas vezes ouvi “Tu não eras assim, Joana”. Pois não, mas deixei de ser pelos outros, e passei a ser por mim. Pode parecer novamente um ataque de egoísmo, mas sabem que mais? Não acho que seja… até porque isso fez com que as minhas relações no local de trabalho melhorassem exponencialmente. As pessoas começaram a perceber que eu não era saco de pancada, eu comecei a sentir-me mais segura, e as coisas começaram a fluir. Lá está, a mudança começa em nós. Nós mudamos consoante o mundo à nossa volta nos vai afectando, e o mundo acaba por se adaptar a nós… é recíproco.

Isto é aquilo em que acredito, não quer dizer que pensemos todos assim. Fui aprendendo isto das piores, mas também das melhores maneiras. Se partilho isto com vocês é porque sinto que pode ajudar alguém a encontrar mais paz na sua vida, mas também porque sou feliz com a vida que tenho, apesar de ainda não ter alguns objectivos cumpridos. Aprender a ser feliz sem que isso dependa dos outros ou de algo exterior a nós é muito importante para nos sentirmos bem connosco.

Espero que este post vos traga algo de positivo e que vos transmita o Amor que estou a colocar nele.

Desejo-vos uma excelente sexta-feira, minhas Luzinhas, e que a Lua Cheia de hoje seja mais um marcador da mudança em nós e no Mundo, para um Mundo com mais Compreensão, Amor, Altruísmo e União. We are one.

(P.S.: Nota-se que estou muito emocional hoje? :p )

~ Om Shanti


Joana

O meu trabalho passa pelas áreas do Sagrado Feminino, Tarot e Óraculos, Mitologia e Contos de Fadas. Todas estas terapias contribuem para o auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal. Sou enfermeira e trabalho também com a Ayurveda. Adoro ler desde que me lembro de ser gente e os livros são um dos meus maiores vícios. Sou uma mãe loba mega babada de uma bebé arco-íris. Aqui podes encontrar informação sobre as terapias que realizo, os produtos e serviços que ofereço, e vários textos meus, alguns deles reflexões pessoais, outros sobre os assuntos que estudo. O meu objectivo é ajudar-te a encontrares ferramentas adequadas a ti para o teu auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal, bem como conseguires um maior bem-estar.

O meu trabalho passa pelas áreas do Sagrado Feminino, Tarot e Óraculos, Mitologia e Contos de Fadas. Todas estas terapias contribuem para o auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal. Sou enfermeira e trabalho também com a Ayurveda. Adoro ler desde que me lembro de ser gente e os livros são um dos meus maiores vícios. Sou uma mãe loba mega babada de uma bebé arco-íris. Aqui podes encontrar informação sobre as terapias que realizo, os produtos e serviços que ofereço, e vários textos meus, alguns deles reflexões pessoais, outros sobre os assuntos que estudo. O meu objectivo é ajudar-te a encontrares ferramentas adequadas a ti para o teu auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal, bem como conseguires um maior bem-estar.

2 Comments

  • Patrícia Zen

    Pareces-me uma pessoa boa e honesta. por isso desejo-te muito amor, luz e paz e envio daqui aquilo que eu consigo dar – não é muito e e um pouco coxo mas é sincero. Beijinhos

    • Joana

      E eu agradeço do fundo do coração essa tua linda energia. Quando damos o que temos com o coração, por mais “pouquinho” que seja (quando é do coração nunca é pouquinho), já é uma enorme oferta para quem recebe. Muito obrigada pelo apoio. Um grande beijinho cheio de gratidão.

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